O que é o Keystroke Level Model (Modelo de Nível de Digitação)
O Keystroke Level Model (KLM), também conhecido como Modelo de Nível de Digitação, é uma técnica de avaliação de desempenho que permite estimar o tempo necessário para realizar uma tarefa em um sistema de interação humano-computador. Ele foi desenvolvido por Stuart K. Card, Thomas P. Moran e Allen Newell em 1980, e desde então tem sido amplamente utilizado na área de usabilidade e design de interfaces.
Como funciona o Keystroke Level Model
O KLM é baseado na ideia de que as ações realizadas pelo usuário em um sistema podem ser divididas em operações elementares, cada uma com um tempo de execução conhecido. Essas operações elementares incluem pressionar uma tecla, mover o mouse, apontar para um objeto na tela, entre outras.
Para utilizar o KLM, é necessário identificar as operações elementares envolvidas em uma tarefa específica e atribuir a cada uma delas o tempo de execução correspondente. Em seguida, basta somar os tempos de execução de todas as operações para obter uma estimativa do tempo total necessário para realizar a tarefa.
Aplicações do Keystroke Level Model
O KLM tem diversas aplicações na área de usabilidade e design de interfaces. Ele pode ser utilizado para comparar diferentes designs de interface e identificar qual deles é mais eficiente em termos de tempo de execução. Além disso, o KLM também pode ser utilizado para prever o desempenho de usuários inexperientes em um sistema, permitindo identificar possíveis problemas de usabilidade antes mesmo de realizar testes com usuários reais.
Outra aplicação do KLM é a avaliação de tarefas complexas que envolvem múltiplas etapas. Ao dividir a tarefa em operações elementares, é possível identificar quais etapas são mais demoradas e otimizá-las para melhorar o desempenho geral do sistema.
Vantagens e limitações do Keystroke Level Model
O KLM apresenta algumas vantagens em relação a outras técnicas de avaliação de desempenho. Ele é relativamente simples de ser aplicado e não requer um grande número de participantes para obter resultados confiáveis. Além disso, o KLM permite identificar problemas de usabilidade de forma rápida e eficiente, o que pode resultar em economia de tempo e recursos durante o processo de design de interfaces.
No entanto, o KLM também apresenta algumas limitações. Ele é mais adequado para tarefas simples e repetitivas, e pode não ser tão preciso em tarefas mais complexas que envolvem decisões cognitivas. Além disso, o KLM não leva em consideração fatores como a experiência do usuário e a aprendizagem ao longo do tempo, o que pode afetar a precisão das estimativas.
Exemplo de aplicação do Keystroke Level Model
Para ilustrar como o KLM pode ser aplicado na prática, vamos considerar o exemplo de um sistema de edição de texto. Suponha que a tarefa seja inserir um parágrafo de texto em um documento. As operações elementares envolvidas nessa tarefa podem incluir:
– Mover o cursor para a posição de inserção (0,2 segundos)
– Pressionar a tecla “Enter” para criar um novo parágrafo (0,3 segundos)
– Digitar o texto do parágrafo (0,08 segundos por caractere)
– Pressionar a tecla “Enter” para finalizar o parágrafo (0,3 segundos)
Supondo que o parágrafo contenha 100 caracteres, podemos calcular o tempo total necessário para realizar essa tarefa utilizando o KLM:
Tempo total = (0,2 + 0,3 + (0,08 * 100) + 0,3) segundos
Tempo total = 8,2 segundos
Portanto, de acordo com o KLM, inserir um parágrafo de texto em um documento utilizando esse sistema de edição de texto levaria aproximadamente 8,2 segundos.
Considerações finais
O Keystroke Level Model é uma técnica poderosa para a avaliação de desempenho em sistemas de interação humano-computador. Ele permite estimar o tempo necessário para realizar uma tarefa de forma rápida e eficiente, auxiliando no processo de design de interfaces e na identificação de problemas de usabilidade. No entanto, é importante ter em mente suas limitações e considerar outros fatores, como a experiência do usuário, ao utilizar o KLM como ferramenta de avaliação.